Por que o horário político é perda de tempo até mesmo para os políticos?



Em tempos de eleições, candidatos fazem o possível para convencer novos eleitores (e manter aqueles que já os apoiam) a votar neles, inclusive disputar a tapa segundos para falar sobre suas propostas no horário eleitoral. Embora esse tipo de propaganda seja considerado fundamental pela maioria das equipes de campanha, fica a dúvida: funciona? Segundo estudo publicado recentemente na revista Communication Research, não.

“Muitas pesquisas mostraram que nós tendemos a nos expor seletivamente a informações que reforçam nossas opiniões”, lembra a pesquisadora Zheng Wang, da Universidade Estadual de Ohio (EUA). “Contudo, este estudo sugere que, mesmo quando expostos a informação, nossa atenção àquilo que nos é apresentado também é bastante seletiva”.

“Modo ignorar: ligado”


Durante a última campanha presidencial dos Estados Unidos, em 2008, Wang e seus colegas analisaram a reação de 15 estudantes universitários a propagandas eleitorais. Cada um assistiu a 12 propagandas (seis de Obama e seis de McCain) enquanto tinha suas reações fisiológicas (ritmo cardíaco, suor e movimentação dos músculos da face) monitoradas por meio de aparelhos. Depois, os participantes relataram o que achavam dos candidatos de modo geral.

Normalmente, se esperaria que ver o candidato do qual a pessoa não gosta a levaria a ficar irritada ou incomodada. Porém, os resultados mostraram que, na realidade, nós tendemos a simplesmente ignorar as propagandas dos candidatos que não nos agradam: quando os participantes assistiram a essas propagandas, seu ritmo cardíaco desacelerou, e quase não houve movimento de seus músculos faciais, o que os pesquisadores reconhecem como pura falta de interesse.

Contudo, Wang ressalta que a reação das pessoas diante de uma propaganda é “um processo bastante complexo e dinâmico”. “Além disso, um comercial negativo é diferente de outro, em relação à dinâmica de seu conteúdo e a forma como as pessoas reagem com o tempo; e uma versão de 60 segundos pode ter efeitos muito diferentes de uma versão de 30 da mesma propaganda”, acrescenta. Ainda assim, os resultados do estudo devem causar uma certa preocupação em equipes de campanha.

E você, leitor, presta atenção nas propagandas de candidatos de quem você não gosta?

Um comentário:

  1. Pra maioria das pessoas é difícil prestar atenção até a propagandas eleitorais até de quem é "agradável".

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